HELLO, períneos!!
Vocês sabem como realmente
ocorre o enchimento e o esvaziamento da bexiga?! A maioria dirá que NÃO... É um
assunto bem chato, complexo e difícil de entender todo o processo... Porém,
MUITO IMPORTANTE para todos nós!!! Por mais simples que possa ser, esse ato fisiológico
de todos os seres humanos pode gerar diversas alterações e/ou distúrbios no assoalho pélvico (o
famosinho PERÍNEO), e a mais conhecida entre elas é a INCONTINÊNCIA URINÁRIA (perda
de urina de forma involuntária), bastante comprometedora da qualidade de vida,
e que pode acontecer em qualquer fase da vida. Será assunto nas próximas
postagens...
Então,
vamos lá... É sabido que, quando bebê o ato de urinar é REFLEXO, ou seja, a
bexiga vai enchendo e conforme se distende (como uma bexiga de encher: FIQUE
COM ESSA IMAGEM NA CABEÇA que você consegue compreender todo o processo),
envia esta informação para a medula e para pontos específicos no cérebro, o que chamamos de DESEJO MICCIONAL. Essa informação, ela retorna a bexiga, e faz com que haja uma contração intravesical
(dentro da bexiga) e os músculos do períneo relaxem, para que assim, possa eliminar urina, conforme mostra a IMAGEM acima. E
que depois vamos adquirindo CONTROLE VOLUNTÁRIO sobre isso...
Apesar de aparentemente
simples, o ato de fazer “xixi”, “mijar (sentido pejorativo)”, urinar, número 1
(e suas infinidades de nomes) envolve a interação de estruturas complexas como
o Sistema Nervoso Central (encéfalo e medula espinhal), Sistema Nervoso Periférico
(nervos que ramificam da medula e levam informações para todo o corpo) e
àquelas do trato urinário inferior (bexiga e uretra, principalmente). A comunicação entre esses
sistemas estabelecerá um equilíbrio coordenado e harmônico,
o que chamamos de CONTINÊNCIA URINÁRIA. É como uma fábrica, com diversos
setores, onde todos trabalham para se obter um produto final: a urina. Qualquer problema
que comprometa direta ou indiretamente as vias neurológicas ou os órgãos
envolvidos no ato miccional (“xixi”), pode ter repercussão clínica negativa e comprometedora
da qualidade de vida.
Simplificando o
entendimento... Precisamos ter conhecimento que o ato miccional ocorre em duas
fases: ENCHIMENTO e ESVAZIAMENTO, em ambas, existirá interação das estruturas mencionadas
anteriormente. Atente para três detalhes e assim você entenderá melhor: (1)
MUSCULATURA DETRUSORA (bexiga); (2) ESFÍNCTER URETRAL INTERNO E EXTERNO e; (3)
SABER QUE: o trato urinário inferior é representado pela bexiga e pela uretra e
desempenha duas funções essenciais: armazenar urina a baixas pressões e
propiciar sua eliminação, sob controle voluntário. E aí, prestou atenção?! Na IMAGEM ao lado você consegue observar esse esquema de maneira simplificada. Vamos lá...
A fase em que há o armazenamento
da urina, ou seja, a FASE DE ENCHIMENTO ocorre quando a bexiga consegue acumular
urina em seu interior sem causar variações na pressão intravesical, ou seja, a
musculatura da bexiga relaxa, o que permite que o enchimento aconteça, enquanto
o esfíncter uretral externo permanece contraído, estabelecendo uma maior
pressão daquela exercida dentro da bexiga, impedindo a saída do “xixi”, no momento errado.
Essa capacidade de armazenar urina sem que haja alterações, denominamos
COMPLACÊNCIA VESICAL. Para que tudo isso ocorra, existem dentro da parede vesical
(bexiga), receptores, denominados de beta adrenérgicos (é claro que não vou
entrar profundamente nesse assunto, rsrs), que produzem a estimulação nervosa,
e consequente o relaxamento da musculatura da bexiga, que é um componente-chave
de armazenamento de urina. Ainda, podemos destacar os receptores alfa
adrenérgicos, que são aqueles responsáveis pela contração adequada da uretra, impedindo
assim, a perda involuntária da urina.
Uma vez que a bexiga atinja
sua capacidade máxima (300-600ml), os receptores do interior da bexiga
emitem sinais aos centros corticais do cérebro (que passam pela medula) para se
iniciar a FASE DE ESVAZIAMENTO. É como se fosse uma “HELLO” para o cérebro: HEY
CÉREBRO, PRECISO ELIMINAR “XIXI”!!! Sabe aquela sensação que a bexiga está
cheia?! É isso. Mesmo assim, e como diz minha vó, para iniciar esse processo é “outros
500”, rsrs. Primeiramente, é necessário que o córtex (no cérebro) reconheça a
repleção vesical, ou seja, o DESEJO MICCIONAL, e então decida a melhor hora e
momento para desencadear o ESVAZIAMENTO da bexiga. Tá brincando??! Não minha
gente, é tudo desse jeitinho!! Nessa fase irá acontecer tudo de forma contrária
à anterior, ou seja, há uma contração da parte interna da bexiga (é como se espremesse
uma laranja) associada ao relaxamento esfincteriano e dos músculos do períneo, permitindo
assim, que a bexiga elimine seu conteúdo através de uma inversão desse gradiente
de pressão. Então, já tome conhecimento que, o ATO MICCIONAL É TOTALMENTE VOLUNTÁRIO, sem causar dor ou exigir força. Continuando... a uretra se encurta,
o que diminui a resistência do fluxo (a velocidade do urina), e assim, a bexiga
libera seu conteúdo sob CONTROLE VOLUNTÁRIO dependendo diretamente de uma
atividade coordenada da uretra e do músculo detrusor (bexiga). Ainda, para que
tudo isso ocorra, acontece a ativação de receptores colinérgicos parassimpático
no músculo detrusor (bexiga), que estimula a sua contração e a micção começa: AAAAAAH, que
alívio!!! rsrs. Esse esquema logo abaixo ilustra como tudo acontece:
O reflexo da micção (o ato
de fazer “xixi”) é um reflexo completamente autonômico da medula espinhal, mas
pode ser inibido ou facilitado por centros do cérebro, por isso, a importância
da harmonia entre todas as estruturas, para que assim, tudo possa acontecer da
forma adequada e funcional.
Espero que tenha
compreendido (UM POUCO) como funciona o ato miccional... Não se preocupe, ainda
falaremos MUITO sobre ele aqui, e das diversas disfunções que pode acontecer
durante esse processo... Assuntos do próximos capítulos!!! Se avexe não, continuaremos falando sobre
nosso queridinho “PERÍNEO”. Tem muita coisa ainda!!! Deixe suas dúvidas e
comentários.
E antes que eu esqueça,
LET’S GO AND FORÇA NO
PERÍNEO!